O
SENHOR é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que nele confiam
(Na 1.7).
Leitura
Bíblica: Salmo 33.16-22.
Quando
estou angustiada, ando e, se puder, até corro. Tenho tendência à covardia e a
fugir dos problemas. Quando meus filhos eram pequenos e se machucavam, eu
sempre queria alguém por perto para acudir e dividir o problema comigo. Mas
tive de enfrentar muitos cortes, pontos, gessos e momentos preocupantes sem a
possibilidade de sair correndo.
Quando
passei pela angústia de receber boletins médicos, durante a pandemia, a cada 24
horas, o tormento era tão grande que o apartamento ficou minúsculo para os meus
passos. Ouvi uma conversa da minha filha mais velha com a irmã, logo depois da
chegada de notícias alarmantes. A que estava longe, perguntou: “Como está a
mamãe?” E a que estava comigo respondeu: “Andando sem parar.”
Na
minha infância, tive um amigo que, assim como eu, gostava muito de ler.
Vivíamos trocando livros, gibis e revistas. Com o passar do tempo, ele teve um
problema mental e virou um andarilho. Ele dizia que alguma coisa em sua mente
mandava que ele andasse. Assim, ele seguia num caminho sem fim, sem rumo e sem
linha de chegada. Felizmente, ele foi cuidado pela família e conseguiu, com
tratamento adequado, acalmar-se e “ficar em casa” – o lema dos dias da
pandemia.
Minhas
caminhadas apreensivas não chegam a tanto. Graças a Deus, tenho rumo e direção.
Mesmo com o coração batendo mais forte, pelos sustos, sempre encontro um meio
de graça, na turbulência. Quando o apartamento ficou pequeno para os meus
passos, encontrei descanso em meio ao desespero. E, assim, sigo caminhando na
aflição e descansando na bonança, porque sei que ainda serão muitos os momentos
em que o espaço será apertado para as minhas passadas inseguras e medrosas. O
que me conforta é que, um dia, essa caminhada acabará e, na linha de chegada, o
Senhor estará me esperando com os louros da vitória para uma vida de completa
paz ao seu lado.
“Tem
dias que Deus caminha comigo. Eu sei. Tem outros que ele me carrega no colo, eu
sinto.” (Desconhecido)
Zelene
Reis, Itapeva/SP. Extraído
do site https://presentediario.transmundial.org.br
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