“e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.”
(Mateus 10:38)
Interessante como um versículo conhecido como esse pode ser tão
rico. Ele nos apresenta duas atitudes 100% práticas e que justificam
a caminhada com Deus: tomar a cruz e seguir a Jesus.
Tomar a cruz é muito pregado, muito comentado, muito polemizado
e talvez pouco compreendido. Já vi irmãs dizendo que o marido é
sua cruz (se ele se converter ela fica sem cruz?). Já vi gente falando
coisas legais como anular o ego, vencer tentações, buscar perdidos
em situações desfavoráveis, muitas coisas que sinalizam renúncia e
sacrifício, o que combina melhor com cruz.
O que acho que nunca ouvi foi sobre alguém falando sobre “vem
após mim”. Tomar a cruz é colocá-la no ombro, mas segui-lo é
andar, sair do lugar, movimentar-se. E mais do que isso, seguir a
Ele – não andar como se estivesse na sua frente. Uma grande
distorção que aparece nessa hora é pedir que Deus abençoe um
plano pessoal, sendo que Deus já tem os Dele. Eu é que tenho de
andar no caminho abençoado, não Ele que tem de abençoar o meu.
Talvez a palavra forte aqui nem seja o ‘vem’ mas o ‘após’. Quem
coloca a carroça na frente dos bois arruma encrenca, sempre.
Jesus não nos chamou para fazer o que quisermos – tomemos a
nossa cruz, sinônimo de renúncia. Jesus não nos chamou para
segurar a cruz, parados – tomemos a cruz e o sigamos. Jesus não
nos chamou para ultrapassá-lo ou deixá-lo para trás – sigamos
Aquele que é o caminho como discípulos.
Ou encaramos isso ou perdemos a dignidade, a honradez de
podermos dizer que somos seguidores. Se alguém quiser ir adiante
de Jesus e dizer a Ele o que fazer, não conte comigo. Tenho me
esforçado para anular minha vontade pessoal e seguir (literalmente)
as ordens daquele que me tirou da morte para a vida. Não está
sendo fácil e não sei se vou conseguir, mas vou morrer tentando.
“Pai, ensina-me a conduzir minhas decisões, ações e sentimentos,
de tal modo que seja obediente a Ti e não a mim mesmo. Ajuda-me
a ser um seguidor e não um sujeito esparramado por aí.”
Mário Fernandez, do site: http://www.ichtus.com.br.