O
rei de Israel respondeu a Josafá: “Ainda há um homem por meio de quem podemos
consultar o Senhor, mas eu o odeio, porque nunca profetiza coisas boas a meu
respeito, mas sempre coisas ruins. É Micaías, filho de Inlá”. “O rei não
deveria dizer isso”, Josafá respondeu (2Cr 18.7).
Leitura Bíblica: 2 Crônicas 18.1-17.
Eu ainda era bem jovem quando me convidaram para dar uma palestra para adolescentes. No meio do público, havia um amigo meu que era muito estudioso e conhecedor da Bíblia. Ao fim da minha palavra, alguns adolescentes elogiaram o teor da mensagem, e eu me inflei! Assim que teve oportunidade, no entanto, meu amigo me chamou de canto e pontuou algumas coisas da minha fala que não condiziam com a Bíblia. Na hora, fiquei desconcertado e com muita raiva! Fui para casa aborrecido e levei alguns dias para considerar a verdade dita pelo meu amigo. Mas ele estava coberto de razão! Foi aí que aprendi: a verdade doeu, mas produziu em mim o desejo de reparar o erro, de estudar mais, de aprender a aceitar o que não quero, mas preciso ouvir.
Isso tudo me remete ao texto de hoje. Acabe, rei de Israel, parecia não estar acostumado a ouvir verdades. Sendo rei, havia muitos bajuladores por perto. E talvez seu autoritarismo deixasse as pessoas com medo de lhe dizer o necessário. A exceção era o profeta Micaías. Sempre que era procurado, ele proferia apenas as palavras que Deus ordenava e que nunca condiziam com os desejos do rei. Por isso, Acabe sentia ódio de Micaías. No episódio da leitura bíblica, o profeta advertiu o rei a não entrar em guerra contra o rei sírio, pois algo ruim aconteceria. Acabe não deu ouvidos e acabou morrendo na guerra.
Há verdades que precisam ser ditas. É claro que a maneira como se fala é essencial para a boa transmissão da informação. Grosseria não ajuda em nada! Mas a questão principal para nossa reflexão é: o que preferimos, a verdade que dói, mas ensina, ou a mentira que massageia o ego, mas nos faz permanecer no erro?
Aceitar com humildade uma verdade dolorida produz crescimento e maturidade.
Gabriel de Araújo Almeida, Ouro Branco/MG. Extraído do site https://presentediario.transmundial.org.br
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