11 de setembro de 2015

Cruz - Herança Conjunta

"E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de
Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos,
para que também com ele sejamos glorificados" (Romanos 8:17)

Outro dia ao meditar na "chave" da herança de Jesus como sendo a
cruz, este texto me saltou aos olhos. Existe uma condicionante aqui
muito clara, não sei como não a tinha percebido tão plenamente até
hoje. A condição é assim: somos herdeiros, SE somos filhos. SE
COM ELE padecemos, com Ele somos recompensados. Até aí é
simples e quase uma leitura basta. Mas a carta foi escrita por Paulo,
um judeu estudado e conhecedor das Escrituras Judaicas. Ele aqui
usou uma técnica poética de rima de conteúdo, ou seja, ele disse a
mesma coisa duas vezes com palavras diferentes. Sob esta ótica
ser filho = padecer com Ele e herdeiros = glorificados.

A cruz é o inequívoco e unânime símbolo do sofrimento de Cristo por
nós, com aspectos substitutivos, vicários, expiatórios, etc. Mas
também é o símbolo da nossa filiação em Deus através de Cristo. Pela
cruz Jesus padeceu, se com Ele padecemos com Ele seremos
glorificados. Se com Ele padecemos temos a nossa parte da herança
assegurada por promessa do Pai.

Acho interessante perceber esse tipo de conexão, pois ela afeta
aspectos práticos da vida de cada um de nós. Mal comparando, eu
sempre penso num casamento. Quando ocorre um casamento,
habitualmente a mulher assume o sobrenome do marido, ou no lugar
de seu sobrenome original ou em adição à ele. Se a igreja é a noiva de
Cristo, que sobrenome assumiremos nas bodas? Interessante pensar
nisso. Quando conversei com algumas pessoas sobre isso, ouvi
respostas das mais variadas. Embora meio previsível, eu tenho uma
sugestão - deveríamos nos chamar "salvo na Cruz". Eu seria "Mário
Salvo na Cruz". A despeito do tom de piada, veja que o versículo diz
com clareza que somos herdeiros se formos filhos e seremos
glorificados se padecermos com Cristo. Minha conclusão é simples:
nossa certidão de nascimento no Reino está na Cruz, assim como
nossa "certidão de casamento" para as bodas do Cordeiro.

Mas e o aspecto prático? Vejamos. Uma mulher de respeito quando
se casa muda de comportamento. Usa aliança, menciona seu cônjuge,
mude de sobrenome, sai da casa de seus pais, assume algumas
tarefas e obrigações para com seu marido, passa a sair
acompanhada pelo marido. E nós? Somos igreja, noiva prometida do
Senhor, será que estamos nos comportando como tal?

Minha visão de hoje é que a igreja, de uma forma geral na minha
geração, perdeu a percepção de noiva a caminho das bodas, portanto
perdeu a percepção da filiação divina. Isso, meu querido,
compromete seriamente a herança no Reino. Quem não é filho não
tem herança. Isso ajuda a entender locais cheios de gente com
coração vazio, movimento para todo lado mas poucas mudanças
reais, gente com sofrimento que já devia ter superado.

É chegado um tempo de reavaliar nosso compromisso com o Senhor,
pois a cruz nos exige isso. Sem compromisso não tem Reino. O
prejuízo é totalmente nosso. Deus não deixará de ser quem Ele é,
não será abalado nem prejudicado.

"Senhor, me ajuda a resgatar a percepção e o senso de
responsabilidade para com a minha herança em Cristo. Quero ser
um filho que orgulha o Pai."

Mário Fernandez, do site http://www.ichtus.com.br.

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